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Necessidades energéticas e ciclo menstrual ?

Todos os atletas têm necessidades individuais e especificas de acordo com o seu género, tamanho, tipo de desporto, intensidade, duração e fase do treino.

A atleta feminina é única em vários aspetos, principalmente no que diz respeito á variação das suas necessidades energéticas, que para além dos fatores mencionados, se relacionam com as flutuações hormonais referentes ao ciclo menstrual.

O ciclo menstrual é dividido em três fases:

  1. Fase folicular inicial, que se caracteriza por baixo níveis de estrogénio e progesterona;
  2. Fase ovulatória, que se caracteriza por altos níveis de estrogénio;
  3. Fase lútea média, com a formação do corpo lúteo, com altos níveis de progesterona e um aumento ligeiro de estrogénio.

Embora a função primária destas hormonas seja auxiliar a reprodução, as alterações de concentração que ocorrem têm efeitos noutro sistemas fisiológicos, como cardiovascular, respiratório e parâmetros neuromusculares, podendo ter uma influência adicional no desempenho desportivo destas atletas.

Até ao momento, não existem ainda guias nutricionais e de atividade física que tenham em consideração as especificidades do ciclo menstrual na atleta feminina.

Contudo, tal como em outros aspetos na nutrição, é necessário fazer uma abordagem personalizada com estas atletas, percebendo a influência do seu ciclo menstrual, no aumento das suas necessidades energéticas, nunca esquecendo o tipo e intensidade de exercício físico realizado nessas ocasiões, potenciando assim a sua saúde e o seu desempenho desportivo.

Qual a visão da nutrição para a atleta feminina ?

A nutrição, na ótica da atleta feminina pode ser vista como uma ponte importante para alcançar os seus objetivos de desempenho desportivo, mas também naquilo que diz respeito á sua saúde e imagem corporal.

Não é de hoje, que a mulher, não só atletas, são sujeitas a maiores pressões sociais e culturais, no que se refere ao estigma da magreza saudável, ou seja, para ser saudável deve ser magra. No desporto, isto não é diferente. Em algumas modalidades, existe a perceção de que a atleta só irá atingir os seus fins, se tiver determinado peso ou composição corporal. É verdade que há estudos que demonstram que entre determinados valores de composição corporal, a probabilidade de atingir determinados objetivos em competição é superior.

Ainda assim, um(a) atleta não é apenas capacidade física e composição corporal, é treino, é dedicação, é motivação, é compromisso, é capacidade mental e cognitiva de se adaptar e compreender o que lhe é proposto. Tudo isto sendo capaz de manter sempre dentro do que lhe for possível a sua saúde e bem-estar emocional e físico.

Concluindo, a nutrição tem de ser vista como um auxílio a estes fatores e não como um fator prejudicial à promoção da saúde e bem-estar.

Referências

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